Viajantes Interplanetários

domingo, 5 de agosto de 2012

MEXENDO NA SUA RADIOLA


 ARCOVERDE* ALIMENTANDO NOSSOS OUVIDOS PELA 4ª VEZ


 POR: Braulio Tavares

Clayton Barros, um dos fundadores da banda Cordel do Fogo Encantado (2001-2010), fazia com seu violão a ponte harmônica entre a poesia de Lirinha e a base de percussão dos demais integrantes. O sertão pernambucano de onde vieram eles não era um sertão estático, era um sertão plugado à cidade, pulsante de informação nova, uma poesia de cordel eletrificada pelo rock-and-roll.

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Daí que o álbum A Idade dos Metais seja um entrelaçamento dessa energia primitiva com a tensão massacrante da cidade. Uma colagem em que os elementos de uma infância simples, junto à natureza (“Meu pé de manga adora banho de chuva / meu pé de uva se não chover se zanga”, em “Da infância”) convivem com a pressão frenética de uma civilização com pressa, em “Do Zero” ou “Alamedas”. 


Trilhas sonoras de um passeio de uma câmara cinematográfica, de carro, às cegas, pela cidade – sentindo a pulsação de milhões de vidas por trás de cada fragmento de imagem captado através das lentes. Flashes de uma sensibilidade urbana capaz de chamar a mulher amada de“doida de pedra” e de conciliar a noite sem fim de “A Pedra” (insônia na boemia ou num estúdio, com participação do Otto) com a sensualidade de “Vem cá meu bem”.
Sensibilidade típica de músicos, de uma tribo que se sente à vontade na cidade e na madrugada, e para quem algumas das coisas mais importantes da vida acontecem entre a meia-noite e os primeiros raios do sol. 

Os Sertões é composta pelos músicos: Clayton Barros (vocal, violão,guitarra), Deco Trombone, da banda Ska Maria Pastora (sopro), Rafael Duarte, do grupo Rivotrill (vocal, baixo) e Perna, da banda Radistae (bateria). O repertório é baseado em composições próprias, além de interpretações de Zé Ramalho (“Galope Rasante”) e Les Baxter (“Wheels”).

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